Monday, January 5, 2009

Filmes de ficção científica

Por que é que nos filmes de ficção científica a acção se passa num futuro tão próximo do nosso?

No blade runner em 2019, no exterminador a Terra é dominada por ciborgues em 2029. E em muitos destes filmes é suposto viver-se num mundo altamente robotizado e espacial, em que o veículo de transporte do cidadão comum é uma nave, já ao virar da esquina cronológica. E já agora, por que não ler esta sinopse de Conan, O Rapaz do Futuro:

“Tudo começa em Julho de 2008. A Humanidade enfrentava a ameaça da extinção. As armas ultra-magnéticas, muito mais devastadoras que as armas nucleares, tinham destruído metade do planeta. A crosta da Terra tinha sofrido enormes movimentos, e o próprio eixo tinha sido desviado. Os cinco continentes tinham-se afundado no mar.”

Eu já estive em Julho de 2008 e a coisa mais devastadora que vi acontecer foi a celebração dos meus 31 anos, que me afastam definitivamente dos 20s. E que eu saiba em 1984 também não havia nada de transcendentemente tecnológico. Só se fosse o Chuckie Egg.

Mas por que é que esta gente da ficção científica, que geralmente traça um retrato tão negro e pessimista do ser humano – que é tão estúpido que não prevê as consequências dos seus actos e geralmente tudo redunda em catástrofe, e em que vá lá que há sempre um herói por perto que salva a situação, senão estávamos fritos –, vê a evolução humana de forma tão optimista?

São uns esquizofrénicos, é o que estes gajos da ficção científica são.

Em 2019 com sorte vai haver um aeroporto em Alcochete. Quais auto-estradas espaciais, quais o quê. Mas esta gente é parva ou faz-se?