Saturday, August 23, 2008

Perfil simplista de um filha da puta

O filha da puta é frio, cerebral, egocêntrico, mentiroso compulsivo, lambe-botas, emocionalmente infantil. O filha da puta baseia toda a sua carreira na assertividade. Assertividade, meio palmo de testa e zero ideias, é tudo o que basta para o cabrão do filha da puta vingar na vida. E ele medra como gafanhotos em dia de praga. E é tão assertivo, mas tão assertivo, que na boca dele até os pontos finais parecem pontos de exclamação. E o que é mais incrível é que consegue enganar muita gente. Mas mesmo muita.

Se ele disser “tu precisas é de comer merda para emagrecer”, há muita gente que se vai pôr a comer grossas tranches de merda, porque ele é extremamente convincente. E fala muito bem.

O filha da puta espezinha tudo à sua frente. É um bulldozer social. Um psicopata socialmente integrado. O filha da puta tem dois motes na vida: 1) nunca admitir que mentiu, nem que para isso tenha de negar a mentira de dez em dez segundos até ao dia da sua morte e 2) em caso de dúvida, negar sempre que disse o que acabou de dizer “eu não disse isso”, “mas tá aqui gravado, queres ouvir” (ouve-se frase no gravador) “eu não disse isso” “mas tá aqui gravado. queres ouvir, vou rebobinar” (ouve-se novamente frase no gravador) “mas como é que pode ‘tar aí gravado se eu não disse isso?”

Muitos filhas da puta acabam na política (peço desculpa por este cliché da política, mas estou convencido que é verdade), reino da assertividade e lambe-botice, o que é uma pena para os não filhas da puta. Mas quem é que manda aos não filhas da puta serem tão pouco filhas da puta? Enfim, todos temos o nosso lugar na cadeia animal.

Sim, há que reconhecer utilidade ao filha da puta. E há que dar mérito, porque afinal ele extrai o máximo das suas potencialidades e ainda se supera um bom bocado. Por isso, tudo o que eu lhe posso dizer é:
morre filha da puta!


- vim a descobrir que o Alberto Pimenta já tinha escrito um livro inteiramente dedicado aos filhos da puta “Discurso sobre o filho da puta”. que entretanto li e que aconselho, porque é um livro didáctico (não, não estou a gozar) e uma análise muito mais profunda e bem feita que a minha. Por isso, reconheço a minha falta de originalidade no tema. Mas apesar de tudo há uma grande diferença entre as nossas abordagens, ele fala dos filhos da puta, e eu dos filhas da puta. Acho que tá tudo dito.

1 comment:

Unknown said...

E foi nisto que se transformou a criança que eu vi criar.

2 best-of's:
Filha da puta e Parvoiçada com patos.

Música para um bom amigo segue na peugada.

Concordo inteiramente com a descrição do filha da puta.
Ultimamente tenho tido mais contacto com a subespécie "Afilhado".

Teu irmão.